CURIOSIDADES DO FUNDO DO MAR
BOLACHA DO MAR
Nome científico: Mellita quinquiesperforata (Leske, 1778)
São animais do filo dos equinodermos, ao qual pertencem,
também, as estrelas-do-mar. Tem forma arredondada e são achatadas
dorso-ventralmente, daí o seu nome comum. Seu corpo é coberto
por espinhos móveis e articulados. Vivem enterradas superficialmente em praias de areia ou de fundo areno-lodoso, a baixa profundidade,
e alimentam-se de partículas orgânicas que retiram deste ambiente.
A espécie é encontrada nos EUA (Mississipi), e por toda a costa da América Central e do Sul, até o Rio Grande do Sul.
CARAMUJO-CINZA
Nome científico: Olivancillaria auricularia (Lamarck, 1810)
São moluscos gastrópodes com concha de formato oval, e sua coloração varia entre tons de marrom escuro e cinza claro. Habitam praias arenosas desde a zona entre-marés até a profundidade de 5 metros. Predam outros pequenos moluscos, como o marisco e o maçambique, além de crustáceos, como a tatuíra. Também são utilizados como alimento por populações costeiras. No litoral brasileiro ocorrem de Santa Catarina ao Rio Grande do Sul, mas sua distribuição estende-se até a Argentina (Golfo de San Matias).
SIRI-CHITA
Nome científico: Arenaeus cribrarius (Lamarck, 1818)
Siri é o nome comum dado a várias espécies de crustáceos da Ordem Decapoda (animais com 10 membros ou patas). Usam quatro pares para locomoção e correm de lado. O primeiro par de membros são as chamadas "pinças", com as quais o animal se defende e prende o alimento para levá-lo à boca. Possuem o corpo achatado e a cabeça e o tórax fundem-se numa só peça. São nadadores ágeis devido, principalmente, ao último par de patas, que são largas e achatadas e que funcionam como uma espécie de remo. São animais carnívoros e alimentam-se de toda sorte de detritos. Essa espécie tem uma ampla distribuição no Oceano Atlântico e é comum em todo o litoral brasileiro.
MARISCO-BRANCO
Nome científico: Amarilladesma mactroides (Deshayes, 1854)
São moluscos bivalves e sua concha tem formato losangular e coloração branco-amarelada. Devido ao seu pé, bem desenvolvido, enterram-se muito rapidamente nas praias de areia fina, onde habitam a zona entre-marés, enterrando-se profundamente. Como todos os bivalves, são filtradores, retirando da água partículas alimentares. São comestíveis e muito empregados como isca na pesca. Em território brasileiro ocorrem entre o Rio de Janeiro até o Rio Grande do Sul, sendo encontrado até a Província do Rio Negro, na Argentina.
OVO DE RAIA
Filo: Chordata
Classe: Chondrichtyes
Ordem: Rajiformes
Família: Rajidae e outras
Esta estranha estrutura em forma de envelope de cor usualmente negra ou castanho escuro, com extensões nas extremidades, é comumente encontrada nas praias do Rio Grande do Sul. Trata-se de um ovo de peixe cartilaginoso (raia ou tubarão). As projeções servem para fixá-lo
a uma estrutura do fundo (alga, coral ou outra substância sólida).
O embrião desenvolve-se em seu interior e, no momento do
nascimento abre um dos bordos das extremidades, saindo
diretamente para a vida livre.
CARAMUJO-LARANJA
Nome científico: Olivancillaria urceus (Röding, 1798)
São moluscos gastrópodes com concha de formato cônico e sua coloração varia entre os tons de marrom, laranja e amarelo. São carnívoros e habitam fundos de areia entre 5 e 30 metros de profundidade.
OVICÁPSULAS DE CARAMUJO
Nome científico: Adelomelon brasiliana (Lamarck, 1811)
Estas estranhas estruturas, parecidas com bolas de pingue-pongue,
são muito comuns nas praias do sul do Brasil, sendo, geralmente, encontradas vazias. São posturas de um grande molusco gastrópode que vive entre os 6 e os 70 metros de profundidade.
No Brasil, é encontrado entre o Rio de Janeiro e o Rio Grande do Sul, distribuindo-se até a província de Rio Negro, na Argentina. No interior
da ovicápsula desenvolvem-se os embriões (em número de 5 a 20), que se nutrem do vitelo aí presente; quando este se esgota, furam a
cápsula e saem para a vida livre no fundo do mar.
MAÇAMBIQUE
Nome científico: Donax hanleyanus (Philippi, 1847)
São moluscos bivalves bem adaptados às praias expostas a ondas e com fundo arenoso, sendo encontrados na zona intertidal (entre-marés). A forma em cunha da concha e o pé bem desenvolvido proporcionam alta mobilidade e agilidade ao se enterrarem. São utilizados como alimento por populações costeiras e, também, como isca para pesca. No Brasil tem sua distribuição entre o Espírito Santo e o Rio Grande do Sul, onde é muito comum, formando colônias com centenas de exemplares. Pode ser encontrado até Necochea , na Argentina.
TATUÍRA
Nome científico: Emerita brasiliensis (Schimitt, 1935)
Existem muitas espécies de tatuíras, sendo esta a mais abundante no litoral gaúcho. É um pequeno crustáceo decápode (tem 10 pés ou membros), que mede cerca de 4 cm e que é facilmente encontrado fazendo escavações na zona entre-marés. É capturada pela população costeira, sendo usada como alimento e, muito comumente, como isca na pesca. Seus outros nomes populares são tatuí, pulga-do-mar, e tatu-d'água. São encontradas até a profundidade de 10 metros. Têm sua distribuição no Oceano Atlântico Ocidental e, no Brasil, ocorre do Ceará até o Rio Grande do Sul.
AMALDA-DE-JOSE-CARLOS
Nome científico: Amalda josecarlosi Pastorino, 2003
É um molusco gastrópode marinho com concha de formato cônico que atinge no máximo 28mm. Sua coloração varia entre tons de branco, marfim e salmão, sendo que exemplares jovens são quase transparentes. Habita fundos de cascalho a uma profundidade de até 70m. No Brasil, ocorre do Espírito Santo até o Rio Grande do Sul mas tem distribuição até a Argentina. Foi descrita pelo pesquisador argentino Guido Pastorino, em 2003, e dedicada ao Presidente do CENEMAR, José Carlos Tarasconi.
MEXILHÃO
Nome científico: Perna perna (Linnaeus, 1758)
São moluscos bivalves. A coloração da concha varia do castanho escuro ao laranja e tem o formato oval alongado. Vivem aderidos a rochas e outros substratos sólidos através de um conjunto de filamentos muito resistentes (bisso). Sua carne é uma iguaria muito apreciada e também é usado como isca na pesca. Habitam águas rasas em geral formando colônias com grande número de exemplares. Ocorre em todo território brasileiro, na Venezuela e no Uruguai e são cultivados em inúmeros pontos de nosso litoral.
CAVALO-MARINHO
Nome científico: Hippocampus hippocampus (Linnaeus, 1758)
O nome vulgar deste peixe é devido à semelhança de sua cabeça
com a de um cavalo. Ele nada com o corpo em posição vertical, movimentando-se pela vibração das barbatanas dorsais. A cauda,
longa e preênsil, permite-lhe agarrar-se às plantas submarinas enquanto come pequenos crustáceos. Vive em águas tranqüilas,
em ambientes rochosos e com algas, sendo encontrado
em profundidades que variam de 2 a 45 metros.
POLVO
Nome científico: Octopus vulgaris Cuvier, 1797
Os polvos são moluscos marinhos da classe Cephalopoda e da ordem Octopoda, que significa "oito pés", correspondendo aos 8 tentáculos que apresentam. Alimentam-se de crustáceos e moluscos. Vivem em tocas e ambientes rochosos. Como meio de defesa, possuem a capacidade de expelir uma secreção escura com a finalidade de confundir seu predador. Apresentam uma distribuição universal, em águas tropicais, subtropicais e temperadas.
OURIÇO-DO-MAR
Nome científico: Lytechinus variegatus (Lamarck, 1816)
Os ouriços-do-mar pertencem ao filo Echinodermata e à classe Echinoidea. Esta espécie possui espinhos que variam entre as cores roxa, verde e azul. Habita principalmente substratos arenosos e areno-lodosos, mas também pode ser encontrado sobre rochas. Alimenta-se sobretudo de algas. Freqüentemente recobre-se com detritos como algas, conchas, pedras, etc. Ocorre desde a Carolina do Norte (EUA) até o Rio Grande do Sul, no Brasil.
BAGRE
Nome científico: Genidens barbus (Lacepède, 1803)
Os bagres são peixes que se caracterizam por apresentarem, no maxilar inferior, um par de barbilhões em forma de fita. Tem a coloração
azulada e/ou acinzentada, sendo o dorso escuro e a região ventral esbranquiçada. Alimentam-se de pequenos crustáceos, moluscos e outros peixes. Habitam fundos arenosos e areno-lodosos até a profundidade de 200m. Existem muitas espécies de peixes conhecidos como bagres. Ocorrem em toda a costa brasileira até a Argentina e
esta é uma das espécies que ocorre no RS.
CARAMUJO-AMARELO
Nome científico: Adelomelon beckii (Broderip, 1836)
É um molusco gastrópode de concha fusiforme, alongada. Sua coloração varia entre os tons de bege e alaranjado, apresentando ornamentação de linhas marrons. Pode atingir até 49cm, sendo o maior gastrópode do Brasil e um dos maiores do mundo. Vive em fundos areno-lodosos a uma profundidade de até 75m. Ocorre do Espírito Santo, no Brasil, até o Estreito de Magalhães, na Argentina.
XENÓFORA
Nome científico: Onustus caribbaeus (Petit, 1857)
Os moluscos da família Xenophoridae apresentam a peculiar característica de aderirem, ao bordo de sua concha, estruturas sólidas que encontram no fundo do mar. Especula-se que este comportamento é exercido para melhor proteção e estabilidade de sua frágil concha e/ou para camuflagem. Vivem em águas tropicais e subtropicais, em fundos arenosos, lodosos ou de cascalho, e desde águas rasas até mais de 1400m de profundidade.
PAPA-TERRA
Nome científico: Menticirrhus littoralis (Holbrook, 1855)
Seu nome vulgar deve-se à característica de alimentar-se com animais que habitam o fundo marinho, como crustáceos, minhocas-do-mar e moluscos. Muitas espécies, no Brasil, são chamadas, popularmente, de papa-terra, ou também de betara, frade, judeu, entre outros (família Sciaenidae). Vivem em cardumes e habitam desde a zona de arrebentação das ondas até a profundidade de 60m. Ocorrem desde a costa do EUA até o sul da Argentina. É uma das espécies mais capturadas na pesca de praia no RS.
PAMPO
Nome científico: Trachinotus carolinus (Linnaeus, 1766)
Há muitas espécies de peixes conhecidos popularmente como pampo. Quatro delas, do gênero Trachinotus (família Carangidae), ocorrem no Rio Grande do Sul, sendo a ilustrada a mais comum. Sua coloração possui variantes entre os tons de azul e o prateado. Alimentam-se de moluscos e crustáceos. Vivem em cardumes e habitam praias de fundo arenoso, ocorrendo desde a região de arrebentação das ondas até 75m de profundidade. Têm sua distribuição desde a Flórida (EUA), até o extremo sul do Rio Grande do Sul.
CORVINA
Nome científico: Micropogonias furnieri (Desmarest, 1823)
É um peixe (família Sciaenidae) de grande importância comercial. É uma espécie demersal (habita o fundo marinho), tem vida longa (até mais de 40 anos) e pode alcançar 70cm de comprimento. Alimenta-se de pequenos crustáceos e moluscos. São encontradas em cardumes não muito numerosos. Têm a tonalidade variando do prateado ao marrom, dorso mais escuro e ventre esbranquiçado. Apresenta ampla distribuição geográfica, ocorrendo desde as Antilhas até a Argentina.
TRICOLOR
Nome científico: Holocanthus tricolor (Bloch, 1795)
Ocorre no Atlântico Ocidental, da Geórgia, nos Estados Unidos, até Santa Catarina, no Brasil. Não possui hábitos migratórios e vive solitário. Habita, principalmente, as águas calmas dos recifes a profundidades que variam dos 3 aos 92m. Pode atingir até 35cm de comprimento. É freqüentemente capturado para manutenção em aquário, onde não se adapta muito bem, pois sua alimentação é constituída basicamente de pequenos isópodes, esponjas e algas.
ESTRELA-DO-MAR-ALMOFADA
Nome científico: Oreaster reticulatus (Linnaeus, 1758)
Como todas as estrelas-do-mar, é um equinodermo da classe Asteroidea. Esta espécie é robusta e pode alcançar um diâmetro de 50cm. O disco central maciço é inflado e suporta cinco braços curtos que se afilam rapidamente. A superfície inferior é plana. Prefere águas rasas e calmas, lagunas e canais de mangues. Alimenta-se de ouriços, moluscos e matéria em decomposição. São encontradas em todo litoral brasileiro, em profundidades que variam de 1 a 37m. Freqüentemente é capturada, secada e vendida como peça de artesanato.
CARAVELA-PORTUGUESA, MÃE-D´ÁGUA
Nome científico: Physalia physalis (Linnaeus, 1758)
É um cnidário da classe Hydrozoa. Tem distribuição universal em mares tropicais e temperados. Se desloca na superfície da água, através da ação do vento, graças a uma bexiga cheia de gases. Alimenta-se de pequenos peixes que captura com seus tentáculos, que podem ter mais de 2m de comprimento e possuem substâncias urticantes e tóxicas que paralisam suas presas. Em contato com a pele humana, pode causar lesões muito doloridas e, mesmo, graves.
CORAL-FLOCO-DE-NEVE
Nome científico: Carijoa riisei (Duchassaing & Michelotti, 1860)
É um cnidário da classe Anthozoa que forma colônias arborescentes delgadas e flexíveis. Alimenta-se de partículas orgânicas que filtra da água. Possui coloração alaranjada devido à incrustação de um tipo de esponja que geralmente vive associada a ele [Desmapsamma anchorata (Carter, 1882)]. Ocorre no Oceano Atlântico, da Flórida (EUA) ao Brasil, desde águas rasas até profundidades de 100m.
ÁGUA-VIVA, MÃE-D´ÁGUA, MEDUSA
ÁGUA-VIVA, MÃE-D´ÁGUA, MEDUSA
Nome científico: Lychnorhiza lucerna (Haeckel, 1880)
Estas medusas são cnidários da classe Scyphozoa. Seu corpo tem o formato de um guarda-chuva, com consistência gelatinosa, sendo constituída por mais de 95% de água. Na parte inferior localiza-se a
boca rodeada de tentáculos que possuem células urticantes, capazes
de ejetar toxina para defesa e predação. Alimenta-se de pequenos peixes e crustáceos. Ocorre em todos os oceanos.
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ESTRELA-DO-MAR-VERMELHA
Nome científico: Echinaster brasiliensis (Müller & Troschel, 1842)
É um equinodermo da classe Asteroidea. É carnívora, alimentando-se
de moluscos, crustáceos, vermes e esponjas. Possui, como a grande maioria das estrelas-do-mar, cinco braços dispostos radialmente, com um disco central onde localiza-se a boca (face inferior). Sua coloração varia entre os tons de vermelho e alaranjado. Pode atingir até 20cm de diâmetro. Habita, principalmente, substratos rochosos, desde a região entre marés até a profundidade de 50m. É comum em toda a costa brasileira.
BALEIA-FRANCA-DO-SUL
Nome científico: Eubalaena australis (Desmoulins, 1822)
É comumente avistada no litoral do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina nos meses de julho a outubro. Seu corpo é negro e arredondado, sem aleta dorsal e com a cabeça ocupando quase um quarto do comprimento total. Pode atingir mais de 17m e pesar até 60 toneladas (fêmeas). Os machos são menores. Como todas as baleias, alimenta-se basicamente do krill antártico. O esguicho, proveniente de sua respiração, é bastante típico, pois forma a letra V. Contudo, sua característica morfológica mais marcante é o conjunto de calosidades, ou verrugas, que apresenta no alto e nas laterais da cabeça, que são formadas por espessamentos naturais da pele e que permitem a identificação específica de cada animal.
TUCO-TUCO
Nome científico: Ctenomys flamarioni (Travi, 1981)
Os tuco-tucos são pequenos mamíferos roedores herbívoros que vivem em galerias escavadas no solo onde desenvolvem todas as atividades biológicas, como alimentação, reprodução e cuidados com os filhotes. Possuem um corpo robusto e cilíndrico, atingindo 25cm de comprimento. Possuem dentes proeminentes que são usados tanto para alimentação quanto para a escavação de túneis. Distribuem-se por toda a América do Sul, tendo já sido descritas 56 espécies. A ilustrada é a mais comum nas dunas da região litorânea sul do Brasil.
VOLUTA-DE-RIOS
Nome científico: Adelomelon riosi Clench & Turner, 1964
É um molusco gastrópode marinho com concha em formato fusiforme, alongado. Sua coloração varia entre os tons de bege e salmão claro, sendo raramente ornamentada com linhas marrons. Ocorre do Rio de Janeiro, no Brasil, até a Terra do Fogo, na Argentina. Sua denominação foi uma homenagem ao Prof. Eliézer de Carvalho Rios, idealizador e diretor, por muitos anos, do Museu Oceanográfico de Rio Grande. É a concha símbolo do CENEMAR, em homenagem ao Prof. Rios, que é sócio fundador de nossa entidade.
GAIVOTÃO, GAIVOTA-COZINHEIRA
Nome científico: Larus dominicanus (Lichtenstein, 1823)
É uma das gaivotas (família Laridae) mais comuns no litoral sul do Brasil. Possui plumagem branca, com o dorso e a face superior das asas negras. Tem o bico amarelo, com uma mancha vermelha na mandíbula inferior. Nidifica em ilhas costeiras. São onívoras, sendo atraídas para a costa por barcos pesqueiros. Apresentam ampla distribuição geográfica e, no Brasil, ocorrem desde o Espírito Santo até o extremo sul do Rio Grande do Sul.